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Artigo: A participação das mulheres nas Olimpíadas

 

A participação das mulheres nas Olimpíadas

Por: Nilmar Ruiz

Estamos comemorando a paridade da participação de mulheres e homens nessas Olimpíadas. Mas será que foi fácil conquistarmos essa vitória? Assim como na política, a história nos mostra a luta que nós mulheres enfrentamos para adentrar no mundo dos esportes e conseguir alcançar um pódio.  Na antiguidade não era permito às mulheres sequer assistir os jogos olímpicos!

Somente em 1900 conseguimos participar das competições! Porém, a participação feminina representava apenas 2,2% dos atletas e era restrita a somente cinco modalidades. As atletas só podiam competir nas categorias que não demandassem muito esforço físico e não comprometessem sua feminilidade. E não recebiam medalhas como os homens, apenas certificado de participação!

Foi uma maratona de 125 anos, desde o primeiro jogo da era moderna, na Grécia, ocorrido em 1896, em que o idealizador declarou: “Uma Olimpíadas com mulheres seria impraticável, desinteressante, inestética e imprópria.”, até chegarmos a esse momento.

A disparidade de gêneros nos primeiros jogos olímpicos modernos impulsionou fortes movimentos de luta pela participação feminina nas olimpíadas, gerando, assim, mais oportunidades para as mulheres nos esportes. Porém, a resistência do Comitê Olímpico Internacional, sempre foi um entrave para a efetiva participação das mulheres. Foi necessária a criação dos Jogos Mundiais Femininos, para provar aos líderes do COI  nossas capacidades esportivas e, assim, sermos admitidas no programa olímpico. 

Mas, ainda agora, nessa Olimpíada 2021, vivenciamos momentos de discriminação, pois, ninguém menos que o presidente da Comissão Organizadora das Olimpíadas em Tóquio, Yoshiro Mori afirmou que mulheres falam demais: ”As reuniões levam muito tempo em conselhos com muitas mulheres”. 

Diante dessa infeliz declaração, houveram muitos pedidos para o afastamento dele, o que o levou a renunciar do cargo. No seu lugar a presidente, Seiko Hashimoto, garantiu 42% de mulheres no comitê e mostrou que a equidade entre atletas não seria o suficiente enquanto uma maioria de homens estivesse à frente do Comitê Organizador do evento. 

Na política estamos avançando mais lentamente. Porém, muitos esforços estão sendo empreendidos para que possamos, à cada eleição, aumentarmos a participação efetiva das mulheres. Acreditamos, assim como Seiko, que só teremos uma sociedade mais igualitária, justa e fraterna, quando mulheres e homens estiverem atuando, de forma paritária, nas instâncias de poder e decisão.

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